Neste mês, a Vapza abraçou a Campanha do Outubro Rosa. Mas somente falar sobre conscientização não basta. São inúmeros casos todos os anos, sendo que o câncer de mama, quando descoberto cedo, tem maior chance de cura.
Assim, cada semana vamos abrir o espaço para mulheres que enfrentaram a doença e hoje têm sonhos, motivações e força. Nosso muito obrigado à Juliana, que compartilhou conosco sua emocionante história.
Acompanhe conosco!
"Olá, meu nome é Juliana Bonfim Carnevale Ferraz, tenho 35 anos, resido em Cornélio Procópio/PR. Com 30 anos, em abril de 2012, através do auto exame senti um nódulo na mama. Realizei ultrassom e o nódulo tinha aspecto benigno, mas mesmo assim o médico resolveu retirá-lo. Realizei uma pequena cirurgia para retirada e no dia 17 de maio de 2012 retornei ao médico para retirar os pontos e descobri que estava com câncer de mama. Logo que soube da doença, fiquei muito abalada e o primeiro pensamento que veio foi em minha mãe, pois há 17 anos atrás ela teve câncer de mama, mas quando descobriu a doença já estava em estado avançado. Infelizmente ela não resistiu e faleceu. Depois da consulta com um especialista em Curitiba, fiquei sabendo que o câncer estava em estágio inicial, mas mesmo assim eu precisava fazer a cirurgia e quimioterapia.
Passado o susto, comecei a sentir uma força divina enorme.
Em nenhum momento me revoltei e perguntei: “Por que aconteceu isso comigo? Ao contrário, cada dia mais aumentava minha esperança de que tudo ia dar certo e entreguei minha vida nas mãos de Deus, e como resposta Ele foi colocando anjos em minha vida. Realizei a cirurgia em Curitiba e graças a Deus correu tudo muito bem, precisei ficar uma semana de repouso, pois eu estava com dreno, e durante essa semana o Marcelo, que na época era meu namorado e hoje é meu esposo, cuidou de mim com muito amor e dedicação. 15 dias depois da cirurgia eu já estava trabalhando normalmente! Depois comecei fazer as sessões de quimioterapia no Hospital do Câncer em Londrina, e cada vez eu via que meus problemas eram tão pequenos perto do de muitas pessoas que não perdiam a esperança, fé e a alegria de viver. Na primeira quimioterapia eu passei muito mal, chorei bastante, fiquei com muito medo do que ainda ia acontecer, mas no segundo dia já estava melhor, levantei a cabeça e disse para mim mesma: eu tenho 2 opções, ficar triste, chorando, desanimada ou seguir com muita fé.
É claro eu escolhi a segunda opção.
Mesmo quando meus cabelos caíram, eu não chorei, pois sabia que aquilo era temporário, e que eu tinha que aceitar, comprei uma peruca, lenços e continuei trabalhando. Ás vezes ficava um pouco irritada, é normal, mas logo passava, pois eu via que não ia adiantar nada eu ficar irritada com aquela situação. Em 2014, realizei um exame genético e descobri que meu câncer era hereditário, eu tenho uma mutação no DNA, assim tive que realizar uma cirurgia preventiva na outra mama, mais uma vez Deus estava ao meu lado e tudo correu muito bem. Eu ainda terei que tomar remédio para prevenção por alguns anos e realizo exames de 6 em 6 meses. No começo eu ficava muita tensa nos dias que realizava os exames, mas aos poucos o medo vai desaparecendo. Hoje eu tento não pensar no futuro, nem em meu problema genético, vivo o presente, aproveito cada momento e se for da vontade de Deus, após o fim do tratamento conseguirei realizar mais um sonho, que é ter um filho. Com a doença eu aprendi a aproveitar melhor as coisas simples e maravilhosas da vida, e que Deus nunca nos abandona, mesmo nas maiores tempestades, ele está junto de nós, nos dando força, coragem e fé para carregarmos a nossa cruz. Hoje, estou muito bem, vivo uma vida normal, mas tudo isso é graças ao diagnóstico precoce, então meninas façam sempre o auto exame das mamas e exames preventivos, essa atitude pode salvar vidas!!!"
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